Em busca do tempo perdido
Fosse a crónica menos hetero e o próprio Proust a assinaria.
Não sei como será daqui por uns anos, em plena crise de meia idade, mas neste momento estou a braços com outra crise.
Não, não é a do Sporting, nem tão pouco a extinção do Polo Norte em 2015.
Falta de tempo, não no relógio nem tão pouco no calendário, mas o tempo que foi perdido de ontem para trás.
Segundo Proust, se bem o percebi, o tempo perdido remonta a reminiscências passadas que nos surgem frequentemente.
Comigo, surgem através de "dejá vu", não o clássico que nos inspira em longas dissertações sobre a outra vida, mas aquele que surge a cada noite.
É ja o terceiro post deste ano em que as duvidas e os receios de um passado recente alimentam especulações de um futuro próximo.
O fim anunciado do aventureiro aproxima-se, as páginas ja escasseiam, mas antes da ultima crónica ser escrita, vou tirar do baú todos os rascunhos, rabiscos de rascunhos, recortes e afins e elaborar a montagem do filme desta vida.
Pode não estar cá para assina-la, mas termina-a com chave de ouro...
"Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem"
Marcel Proust